Melhor vinho do porto branco para cada ocasião

Imaginem-se num daqueles dias de verão em que o sol insiste em não se por, e o calor reclama por aqueles anúncios publicitários da coca cola dos anos 90. Pois bem, não há nada como um excelente porto tónico para refrescar.

Porto tónico? Mas o que é isso?

Como o próprio nome indica, é uma mistura de vinho do porto branco com água tónica e um toque que pode variar entre especiarias a casca de fruta. Mas já lá vamos.

Viver num mundo de perfeccionismo e ilusionismo ao estilo do instagram, obriga-nos a vestir também o porto tónico com fato de gala e fazer desta coisa algo extremadamente complexo. Não se preocupem, não faz o meu estilo. Vamos directos ao assunto.

Melhor vinho do porto branco para fazer porto tónico

Qualquer cocktail que se ajuste a ser bebido antes ou entre refeições deve ser seco, apenas por uma questão de universalidade com os diferentes possíveis pairings. Portanto, todos os vinhos do porto brancos secos são excelentes para fazer um óptimo porto tónico.

Deixo aqui uma pequena lista com algumas boas opções:

Quinta Seara D'Ordens Port Extra Dry White

Vista Alegre Dry White Port

Quinta De La Rosa Port Extra Dry White

Relativamente à água tónica nego-me a fazer qualquer juízo de valor, não sou expert em água, a minha cena é mesmo o vinho. Já quanto aquele pequeno toque de tempero que acrescentamos no porto tónico pessoalmente agrada-me uma raspa de laranja ou um pouco de hortelã. Diga-mos que aqui tudo é permitido, desde morangos a azeitonas, a criatividade é que manda. Desde que o nosso palato não seja atropelado, está tudo bem.

Os restantes vinhos do porto brancos?

Existem de facto mais alguns estilos. Passo a citar cada em deles por nível de açúcar residual. Aviso já que esta secção é desaconselhada para pessoas em dieta ou com hipersensibilidade a coisas demasiado calóricas, os números podem ser chocantes.

Aqui vai:

Extra Dry (<40 g/L) - O vinho do porto branco extra dry é o ideal para elaborar um óptimo porto tónico, obviamente que é utilizado em muitos outros cocktails. O facto de ter relativamente pouco açúcar residual torna-o mais versátil.

Dry (40 - 65 g/L) - Como no anterior o porto tónico é uma excelente opção, o vinho do porto branco dry terá menos versatilidade no que concerne a cocktails, apesar de ainda assim ser bastante utilizado.

Medium Dry (65 - 85 g/L) - Por vezes é complicado encontrar pairings com sobremesas demasiado amanteigadas ou com indices de açúcar elevados, encontramos no vinho do porto branco medium dry a melhor opção.

Sweet (85 - 130 g/L) - Aqui entramos num impasse, vinhos do porto brancos com níveis de açúcar elevados podem ser difíceis de entender. É quase como consumir um rebuçado bebível que por vezes se torna enjoativo. A melhor opção será utilizá-lo em molhos, especialmente em reduções e molhos agridoces.

Lágrima (>130 g/L) - Quando ao vinho do porto branco lágrima sobram as palavras, a resposta está no próprio nome. É tão doce que até nos faz chorar.

Depois de apresentados todos os tipos de vinho do porto branco só nos resta experimentar para decidir qual deles se adapta melhor ao nosso estilo de decadência.

Elaborar molhos com vinho do porto branco

É verdade que uma das maiores dificuldades para os iniciantes na cozinha é entender como devem fazer uma redução de vinho do porto sem que este fique demasiado amargo ou que simplesmente não reduza. De facto, a resposta é simples, basta utilizar o vinho do porto branco que tenha a maior quantidade de açúcar residual. Utilizando um citrino ou outro elemento que refresque a redução vamos obter um resultado aveludado e intenso em sabor.

Estes tipos de reduções são bastante pecaminosas mas fazem um pairing incrível com carnes como veado e pato.

O vinho do porto branco também pode envelhecer?

Como em qualquer boa família monárquica, mesmo que seja aquele herdeiro com tendência para desatinar e criar constrangimentos à familia, diz a tradição que uma vez monárquico para sempre monárquico. O vinho do porto branco é exatamente o membro mais destemido e rebelde da familia, portanto durante muitos anos ficou quase que no esquecimento, a envelhecer e a criar raizes nas profundezas das caves empoeiradas. Até que alguém se lembrou de engarrafar estes pobres príncipes esquecidos e colocar-lhes uma data. E então, tudo mudou. De renegados, agredidos e ultrapassados, estes vinhos passaram a ter uma procura intensa que os catapultou para o panorama internacional.

Vale a pena preservar estes vinhos datados na minha garrafeira?

Sem muitos rodeios, a resposta é sim. São vinhos com bastante interesse que refletem bem a sua época. Mas tudo depende das nossas prioridades e também do factor de qualidade intrínseca do produtor.

Ficam aqui mais alguns exemplos destes vinhos do porto:

Quinta Seara D'Ordens Port 10 Years White

Dalva Dry White 20 Years Old

Quinta Da Devesa White 30 Years

Dalva Dry White 40 Years Old

Em jeito de conclusão, o vinho do porto branco é um vinho com alguma versatilidade. Permite-nos explorar o mundo dos cocktails, das sobremesas e até o suspeito e intrigante mundo dos vinhos velhos. Aviso que não é uma viagem para todos, se tivesse que comparar este tipo de vinhos, seria como ir de férias para o Cazaquistão. Ninguém sabe muito bem o que esperar, mas existe o potencial de ser no mínimo interessante.

A verdade é que como tudo na vida não há nada como experimentar primeiro. Embarquem na viagem sem medo e desfrutem da surpresa.

Source:

Instituto dos vinhos do Porto e Douro